quarta-feira, 28 de outubro de 2009

Saudades da Sacha

Minha companheira fiel não está mais comigo, foi cuidar da minha vózinha lá céu. É esse o pensamento que me conforta no momento. Perdi minha gatinha persa de 7 anos, a Sacha.
A Sacha apareceu pra mim com uns 3 meses de idade, a dona dela tinha um gatil, e na época deixou a Sacha pra doação na clínica veterinária de uma amiga minha, a Raquel. Raquel sabia que eu estava procurando um gatinho pra mim, e assim que a Sacha apareceu, ela me ligou correndo e lá fui eu buscá-la. A Raquel me contou que a dona não queria mais ela, por ter um problema genético, mas na época não me liguei em saber mais do problema, porque não era nada aparente, físico. E apaguei essa informação da minha memória.

Toda arredia, desconfiada, medrosa. Eu já tinha o Bóris e a adaptação dela em casa foi difícil, mas nada que duas semanas de muita dedicação e amor não superassem. Em 2 semanas os dois já se amavam de paixão, hahaha. Brincavam muito. O Bóris sempre foi o levado, ela sempre foi a calminha e amorosa. Era muito apegada a mim, e eu a ela.

Sempre que podia se jogava no meu colo, me ajudava nos estudos deitando em cima dos livros, em cima do notebook, enfim, era minha parceira amigona. E foi assim até o fim. Eu não percebi os sintomas da doença. Faz 5 dias que ela morreu e a vet me ligou pra contar o motivo de tão rápida morte. Ela estava com Doença do Rim Policístico (PKD) uma doença genética, sem cura. Agora eu entendi o porque que a dona de um gatil de persas literalmente deixou a Sacha pra doação. Porque o gato que tem essa doença não serve pra mais nada. Como assim pra mais nada????? Ela fez muita coisa por mim
nesses 7 anos! Ela jogou a Sacha fora, literalmente, e eu fui muito feliz por ela ter feito isso. A Sacha só apresentou os sintomas neste ano, mas até então, era uma gata normal como qualquer outro bichinho. Mas pra dona do gatil, a Sacha estava condenada, gatos com essa doença genética não podem procriar, então, era prejuízo pra ela. A Sacha era um doce e me fez muito feliz, até os últimos dias da vida dela.

Eu estava me culpando por não ter visto os sinais da doença, interpretei de outra forma o que ela tava tentando me mostrar: ela estava urinando em qualquer lugar da casa, e bebia muita água. As vezes dormia do lado do potinho, e dava mais atenção ao pote de água, do que o de comida. Mas ela comia normalmente. Eu a via comendo, mas não percebia se ela comia suficiente. Uma semana antes dela morrer, eu dei um sache de wiskas pra ela e vi que ela não comeu tudo, como sempre acontecia. Mas não dei bola, achei que pudesse estar satisfeita mesmo. Mas a vet me disse que ela estava com aftas na boca, e que comer machucava. Esse negócio da urina pela casa, eu cheguei a pensar que fosse pra chamar a atenção, pois eu havia pego uma outra gata persa a pouco mais de um ano, e elas nunca se deram muito bem. Ela emagreceu muito também, mas não percebi por causa dos pelos abundantes. Foi levando-a num banho que a vet viu que ela estava com fungos na pele e abaixo do peso normal. Não deu tempo pra iniciarmos um tratamento, infelizmente.

Agora posso me conformar que fiz tudo o possível, o que estava ao meu alcance pra tornar a vida dela melhor do que ela poderia ter tido naquele gatil. Eu a amei, como se ela fosse viver pra sempre, sem restrições, sem preconceito, um amor verdadeiro, incondicional me dediquei a ela e ela a mim. Sem cobranças, a gente apenas se amava. Como o amor deve mesmo ser. Hoje ela tá lá no céu, cuidando da minha vó, com certeza.

Estou triste sim, pois ela foi retirada bruscamente da minha vida. E a gente nunca está preparado pra isso. Embora eu saiba que a única certeza nessa vida, é que um dia nós vamos morrer...
Mas entendo que cumpri minha missão, amei e continuarei amando-a dentro do meu coração e em minha memória, embora hoje seja mais difícil de conviver com a ausência dela em casa.
E como a bichinha faz falta, ô!!!!

Um comentário:

  1. Oi, Fernanda!!

    Nossa, me acabei de chorar com esse relato emocionado. A Sacha é a cara do Heitor, igualzinha!

    Sobre a doença, os meus não têm pedigree, então não sei se eles têm ou não (tomara que não), mas vou ficar atenta aos sintomas. O importante é que vocês viveram felizes para sempre por 7 anos, e isso já é um baita presentão para vocês duas. Nem por isso doi menos, né?


    Sobre a Jade, não desanime! Não sei se ela foi atrás dos gatinhos dela, acho que bicho não tem isso não. É que gato de apartamento é muito bobinho e curioso - é só sair porta afora que fica perdido sem saber voltar. Você divulgou bastante a procura?

    Existe mesmo a possibilidade dela ter sido adotada por outra família (tomara que seja esse o caso) e deve estar sendo bem cuidada. Mas a dor da incerteza é o que corroi a gente - acho que eu iria morrer se perdesse assim um dos nossos, deve ser desesperador.

    Tenha fé que em breve você terá notícias (boas) da moça.

    Adorei o seu blog!

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